segunda-feira, 4 de maio de 2015

Cientistas apresentam projetos de chips capazes de melhorar rendimento intelectual


A estimulação cerebral com eletrodos será uma prática habitual em dez anos, e por meio dela as pessoas poderão melhorar o rendimento intelectual delas. A implantação de chips no cérebro permitirá que deficientes escrevam com a mente e se curem de doenças neurológicas. Essas são algumas das promessas dos neurocientistas que, na última quarta-feira (29), expuseram o que há de mais inovador na área da estimulação cerebral durante o evento B Debate, realizado na cidade espanhola de Barcelona.

Segundo os especialistas, essas técnicas podem melhorar o rendimento mental das pessoas, assim como o café ou outras bebidas energéticas, e poderão inclusive realizar os estímulos de acordo com padrões personalizados. Entre os avanços próximos para pacientes com paralisias estão a possibilidade de "escrever mensagens de texto e controlar outros dispositivos com o implante de um chip no cérebro", explicou a neurocientista Mavi Sánchez Vives.

Além disso, os chips "poderão registrar a atividade cerebral, analisá-la em linha, escrever pensamentos e até mesmo navegar online". De acordo com Sánchez, a neuroestimulação elétrica de determinadas regiões do cérebro já mostrou benefícios ao tratar sintomas de depressão, bloquear ataques de epilepsia, induzir a recuperação de acidentes vasculares cerebrais e controlar tremores do Parkinson.

Ao longo dos próximos dez anos, prometem os especialistas, também veremos avanços de próteses sensoriais e visuais, que gerarão estímulos na crosta cerebral e poderão proporcionar informação visual a cegos. A cientista se mostrou a favor do uso de aplicativos móveis para controlar atividades cerebrais como o sonho, mas alertou que "é preciso ir com cuidado em relação às estimulações no cérebro, já que não se sabe quais os efeitos a médio e longo prazo".
Na opinião de Sánchez, a vida dos pacientes com paralisias ou doenças que não os permitem se comunicar com o exterior "pode melhorar muito ao longo destes anos". A especialista diferenciou dois tipos de tecnologia aplicáveis: a não invasiva, que pode ser utilizada para fins recreativos, já que não envolve afetação ao cérebro; e a invasiva, que requer neurocirurgia e "só é justificada no caso de pacientes".

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