sexta-feira, 5 de abril de 2013

"RENDA VARIÁVEL – CENÁRIO


Em um primeiro trimestre onde Bolsa de Valores trouxe rendimentos negativos, renda fixa foi neutra, ouro e dólar se destacaram positivamente, falar sobre RENDA VARIÁVEL é falar sobre algo extremamente atual para nós brasileiros. Em economias onde os juros básicos são baixos, é natural que a poupança destinada a investimentos procure alternativas para que suas aplicações rendam mais. 
No Brasil, estamos exatamente nesse momento. A SELIC, nossa taxa básica juros, vem oferecendo ganhos reais nulos ou negativos e, portanto, é inexorável que o mercado financeiro avance para o mundo da renda variável, o que é extremamente saudável pois criará alternativas para tomadores e aplicadores de recursos, trazendo novas formas de financiamentos, incentivando o crescimento dos investimentos no país. 
Por outro lado é impossível falar de renda variável sem falar sobre riscos. Acostumados com baixo risco, gordas rentabilidades e farta liquidez dos títulos públicos de outrora,teremos que nos acostumar a correr mais riscos. 
RISCO, no mundo das finanças, de forma muito sintética, é a possibilidade de ter prejuízo financeiro. É de uma forma ou de outra a possibilidade de algo dar errado impactando negativamente nos retornos inicialmente esperados em uma aplicação financeira. Aplicações em ações, em ouro, dólar, derivativos, commodities entre tantos, são operações que trazem risco. Quanto maior o risco, maior tem que ser o retorno esperado, essa é a regra, inquestionável, mas muitas vezes esquecida. 
Nesse sentido, falarei sobre três ingredientes dos riscos inerentes a renda variável que teremos que conviver. 
O primeiro é a liquidez, conceito importantíssimo no mundo dos negócios. Diferente da agradável liquidez diária da maioria das aplicações de renda fixa, querer sair no meio do caminho em uma operação de renda variável pode trazer perdas ou deságios maiores que as esperados. Portanto, para renda varável, não podemos aplicar recursos correntes e sim poupança. 
O segundo é o apetite para riscos, ou melhor, estômago para perdas. Renda variável é excelente quando tudo dá certo, mas quando dá errado saber o quanto está disposto a perder é fundamental. Perder somente aquilo que está disposto a perder é imprescindível para permanecer no jogo. No mercado financeiro, chamamos de “stop losses”, técnica que se seguida a risca , diferencia os vencedores dos perdedores. 
O terceiro ingrediente é a informação e conhecimento técnico. Diferente da renda fixa que não necessita de grandes explicações sobre seu funcionamento, a renda variável merece e merece muito. E esse papel, no meu entendimento, cabe aos bancos, fundos, corretoras e governo. 
Explicar e educar os investidores sobre os detalhes e pormenores dessa nova realidade de investimentos é fundamental para que esse mercado cresça de forma saudável, evitando assim um novo ano de 2008 ou 2009, fatídicos anos das fortes perdas com derivativos cambiais, no qual a maioria dos perdedores não sabia o que estava acontecendo. 
Finalizando, reitero meu forte otimismo para com essa nova fase do mercado financeiro brasileiro, onde renda varável assume papel importante e que com certeza trará novos investimentos e consequentemente crescimento econômico, mas ao mesmo tempo me preocupo com a mudança cultural que nós brasileiros teremos que sofrer."

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